quinta-feira, 21 de outubro de 2010

como deveria ser....

"A mídia é encarada pela Justiça como reconstrutora da realidade social. De época para época, as divergências entre os juizes e os jornalistas, não param de aumentar; mas é errado ver a mídia como a inimiga natural da Instituição Judiciária, visto que a imprensa e os meios audiovisuais podem fazer um trabalho essencial, levando a que as pessoas conheçam melhor uma Instituição, já que para a grande maioria, a forma como estas funcionam é ignorada. Os mediadores entre a justiça e o público, são normalmente os jornalistas de investigação, pois os tribunais caracterizam-se por grande secretismo ; se um julgamento tem necessidade de claridade para o público , são os media, em última análise, que muitas das vezes, transpõem barreiras e nos dão acesso à informação. Nem o poder judicial, nem o poder mediático possuem legitimidade própria; juizes e jornalistas não são mais que profissionais; os juizes, agentes de um serviço público necessário á vida da sociedade e os jornalistas ,por sua vez são os mediadores de opinião; ou seja os Juizes são os guardas da liberdade individual, e os jornalistas os portadores necessários do direito de comunicar as ideias e as informações.
Sistemas de produção da verdade
Tanto os jornalistas como os juizes vivem no mundo da concorrência sobre um terreno - " o da verdade" porém , antes de produzir a verdade é preciso conhecê-la; cabe aqui ressaltar que para a produção dessa verdade pressupõe a existênca de 3 elementos , a temporalidade que serve tanto para a mídia como para o judiciário, a fonte que cabe á mídia e a testemunha que cabe ao judiciário. O jornalista procura a verdade; tem como missão rebuscar os segredos, de fazer sair os defeitos do labirinto no fundo daquele que estão colocados, querem ter o direito de tudo revelar, de dizer o que muitos querem esconder; esquecendo de que certos segredos são necessários á investigação, aos direitos das pessoas, ou mesmo, á segurança pública. Tanto a mídia como o judiciário reconstroem um fato histórico no processo de produção do seu´´produto final``, que para mídia seria a notícia e para o judiciário a sentença.
A temporalidade é extremamente essencial para o funcionamento do judiciário; essencial, proque os processos judiciais apesar dos progressos a que têm vindo a ser alvo ainda são muito lentos, há uma necessidade de combater essa morosidade, pois apesar de ter havido uma certa evolução da sociedade o judiciário continuou lento isto faz com que se torne necessário uma reforma no judiciário para que este seja mais sério e mais rápido.
Ambas as verdades antes de serem produzidas , necessitam de conhecer os fatos , no judiciário, o juíz necessita de conhecer os fatos para produzir a sentença ,e a mídia por sua vez também necessita de conhecer os fatos para produzir a notícia."
da autoria de bruno rocha
http://brpalavrassoltas.blogs.sapo.cv/

A realidade neste País é afinal bem diferente, a concorrencia noticiosa tornou as televisões num salve-se quem puder e para que se salvem vale tudo.
No processo casa Pia, numa aliança sem paralelo na nossa democracia, envolveram-se politicos, procuradores, investigadores, jornalistas e um juiz que deu guarida a todo o tipo de suspeições (Rui Teixeira) e mais uns quantos que aceitaram como verdadeiro todo o tipo de afirmação das "vitimas" tomando partido por uma das partes, e não sendo o veredicto senão que o resultado desse pressuposto.

Eu deixo aqui esse pedaço de artigo do bruno rocha porque basicamente estou de acordo com ele, no caso concreto do Processo Casa Pia, o processo começa inquinado com a forma como foi despolotado "não havia e nunca houve nada que justificasse as prisões" até pelo facto de rui teixeira não ser o juiz natural, assim como não aceito a instrumentalização mediatica de uma parte do processo quando a outra parte não tinha direito a contraditório.
Acho até muito curioso como alguns que durante anos andaram a bater no "ceguinho", se mostram indignados com o tempo de antena que têm dado a Carlos Cruz ultimamente.
em vez de perdermos tempo com reality shows, seria bem mais interessante e mais util para o País se começassemos a fazer uma televisão mais séria e mais direcionada para o respeito dos direitos humanos e em que a mentira não fosse valorizada.

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