quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A minha contestação....

tenho que explicar o seguinte, não sou nada a favor da limitação da liberdade de imprensa, de imprensa ou de outra qualquer, senão eventualmente nem estaria já aqui, aquilo que eu contesto é a forma como a informação é transmitida.
muitas vezes ficamos com a sensação que os casos já estão resolvidos no pequeno ecrã, era muito frequente ver esse tipo de informação no famigerado jornal de sexta feira na TVI.
A verdade é que várias vezes foram chamados á atenção sobre a forma como apresentavam as noticias, praticamente era já uma acusação, eu lembro-me que uma das vezes até a Camara Municipal de Coruche enviou um comunicado á TVI por causa de uma noticia que tinha a ver com uma determinada etnia, mas que foi apresentada de uma forma que indignou as pessoas que se sentiram ofendidas, a matéria divulgada não tinha a ver com a realidade dos factos, e ninguem entendeu porque não tinham feito perguntas tambem, aos outros presumiveis "malandros" que tinham expulsado os ciganos.
E num país onde aínda se diz que não há fumo sem fogo é bom que se comecem a ter maneiras na forma como se informa.

Buscas da Polícia Judiciária, acusações do Ministério Público, sentenças de juízes... Diariamente estamos, enquanto consumidores de informação, em contacto com a realidade judiciária, mas o que vemos, ouvimos e lemos sobre estes temas não resulta, a maior parte das vezes, da nossa observação directa e individual: a televisão, a rádio, os jornais, seleccionam os assuntos de Justiça, fazem investigação jornalística, tratam as informações recolhidas e dão-nos as notícias.
Num estudo publicado em 2002 pelo Centro de Estudos Judiciários, 83% dos portugueses inquiridos admitiram ver televisão todos os dias (ou quase); 58,9% ouvem rádio; e 28,1% lêem jornais diários com essa mesma regularidade. No entanto, 74,2% dos inquiridos nunca intervieram num processo em tribunal, nunca estiveram em contacto directo com a Justiça (ver quadro intitulado “Contacto com a justiça – Casos em tribunal”). Conhecem a Justiça apenas através dos media. Isto é, muito parcelarmente, se se pensar, por exemplo, no número de investigações crime dadas pelos media como iniciadas e no número das realmente iniciadas. De facto, só na comarca de Lisboa, foram abertos no ano passado pelo Departamento de Investigação e Acção Penal mais de 86 mil processos crime.

Na produção mediática, os assuntos judiciários têm um bom valor de mercado – a justiça vende! Principalmente a justiça criminal: a ocorrência de acontecimentos inesperados que constituem um desvio à normalidade social impressiona e gera interesse nos cidadãos, interesse que aumenta com a eventual notoriedade pública dos envolvidos ou com a anormalidade dos factos. Relatar crimes, escândalos, denúncias, protestos, permite recriar no receptor sentimentos fortes, emoções que simultaneamente o atraem e assustam (medo, desespero, sofrimento, morte, coragem, arrependimento, etc…).

Não quero ser um D.quixote mas acho que devemos todos pensar e repensar naquilo que acontece em termos de justiça...

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