segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

a entrevista de carlos silvino

Tenho sido confrontado nos ultimos dias com a entrevista de carlos silvino e qual o valor que lhe atribuo...
Bem, para ser honesto não me aquece e nem me arrefece, a minha convicção sobre a inocencia de Carlos Cruz não é condicionada por nenhuma entrevista, parto do principio que todos eles, sem excepção, mentiram.
Provoca-me muito desconforto saber que esses rapazes foram, eventualmente "usados" para fins que não trouxeram nada de bom a esta pobre justiça nacional.
No caso de carlos silvino penso que lhe acenaram com a lei 93/99 de 14 de julho, tambem conhecida como a lei de proteção a testemunhas e por aquilo que disse o josé maria nas alegações finais, assim, olhos nos olhos com o procurador joão aibeo, tinha havido um acordo entre o MP e o seu cliente, BiBi para, por força da sua "colaboração" com a justiça ter uma pena mais reduzida, aventando inclusive o josé maria a possibilidade de o seu cliente ver a sua pena suspensa....
Ora não foi isso que aconteceu, o presumivél acordo não foi cumprido, ou seja, só foi cumprido por carlos silvino e colaboradores, que enterraram através de mentiras sobre mentiras todos os arguidos, na esmagadora maioria dos casos com discursos que me parecem absolutamente irrealistas.
No entanto quero deixar aqui bem claro que estou disponivél para mudar de opinião nas seguintes condições.

1º- Quando aparecer uma testemunha ocular que tenha visto Carlos Cruz na casa de elvas ou imediações.

2º- Quando aparecer uma testemunha ocular que tenha visto Carlos Cruz no edificio da av. das forças armadas ou imediações.

3º-Quando aparecer um empregado, patrão, ou cliente, que confirme que viu Carlos Cruz no restaurante da ajuda onde francisco guerra diz que se encontraram algumas vezes com os outros envolvidos no processo.

4º- Quando algum técnico de telecomunicações me explicar como se faz para ir de Lisboa a Elvas, estar em Elvas, e nunca, nem uma vez, uma vezinha apenas, algum telefone de Carlos Cruz ter acionado uma antena nesse percurso.

5º-Quando me apresentarem algum engenheiro ou arquitecto que me explique como houve nas escadas da casa de elvas uma sala, contrariando completamente as declarações do construtor.
A não ser que não tivessem gostado da sala nas escadas e tenham mudado novamente a construção...

Para terminar deixo aqui um comentário de Adelino Granja:
O advogado e Ex Casa Piano Adelino Granja admite que as novas declarações de Carlos Silvino podem colocar em causa o processo Casa Pia.
" O que está a passar-se agora no Processo Casa Pia passou-se noutros Países, nomeadamente em França, em que passado cinco anos,(...) e com pessoas presas, algumas até se suicidaram na cadeia, as testemunhas vieram desmentir-se (...) por motivos circunstaciais foram levados por individuos a mentir, afirmou Adelino Granja.
"Este pode ser um caso. Eu gostaria que não tivesse sido isto, ou seja, um julgamento na opinião publica contra determinadas pessoas que já têm o futuro todo em cheque", adiantou.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Não é minha mas gostei....

Face Oculta – da verdade
Criticar os erros da justiça é desacreditá-la, ou é dar contribuição para a melhorar?
Criticar os exageros e mentiras da comunicação social, é estar contra ela ou é uma forma de distinguir os bons dos maus jornalistas?
São estas as perguntas que quase ninguém faz, porque não são politicamente correctas ou pelo menos socialmente oportunas.
Parece que em Portugal ninguém quer dizer que o rei vai nu, mesmo que o vejam completamente em pelota. Ninguém quer ter opinião contrária à opinião dominante e induzida pela comunicação social.
Onde quero chegar? Aos processos mediáticos dos últimos anos! Às suas verdades e às suas nentiras.
No processo Casa Pia não conseguiram encontrar provas para condenar Carlos Cruz, mas depois de tudo o que a comunicação social disse e a opinião pública pensa, já “intoxicada” pela primeira, era um escândalo e descrédito admitirem a absolvição por falta de provas.
No processo Apito Dourado a justiça não conseguiu provar que a fruta do Pinto da Costa prometia eram meninas para aquecer os árbitros, nem tão pouco que isso fosse crime.
No processo Freeport bem se esforçaram por encontrar irregularidades que envolvessem Sócrates, mas depois de tanta investigação jornalística, de escutas, de vídeos feitos às escondidas e mostrados na TV, fugas de informação do segredo de justiça, de invenção de pressões a dois virgens magistrados, etc., nada encontraram. Tudo indica que vai acabar em nada.
No Face Oculta, apanharam um vigarista de bairro e logo tentaram levar com ele políticos e responsáveis de empresas públicas. À falta de melhor até pessoas que se opuseram às trafulhices de Godinho foram envolvidas nas acusações. Mais uma vez a polícia e os procuradores não encontraram nada que lhes permitisse pegar a presa que procuravam - Sócrates.
Agora com a opinião pública com ideia já formada, como vai a justiça sair disto se não encontrar provas de tudo o que se disse? Ou tem de julgar e condenar inocentes ou irregularidades menores (para salvar a sua Face), ou passará mais uma vez por incompetente ou perdulária para com os “criminosos”.
Este dilema da justiça resulta de culpa própria, pois foram eles que permitirem e alimentaram a acusação prematura e os julgamentos feitos na comunicação social antes de serem feitos nos tribunais.
Depois quando os tribunais não provam os graves crimes que toda a gente já julgou, lá vêem as frases feitas:- “Os grandes safam-se sempre”; “A justiça nunca apanha ninguém”; etc.
Em Portugal todos parecem ter medo da verdade! Criam-se as condições para a verdade não ser aceite e a justiça não ser feita. A justiça vive condicionada pela comunicação social e pela opinião pública. A comunicação social vende a alma ao diabo para salvar a carteira, pois os jornalistas com carácter e responsabilidade vendem menos jornais e têm menos audiências do que os imbecis e irresponsáveis sem carácter.
Está tudo ao contrário! Há medo ou não conveniência de admitir a verdade. Há interesses escondidos. Há politização da justiça como admitiu Noronha do Nascimento.
Falta coragem à justiça! Falta coragem para se fazer justiça e para não culpar inocentes quando não há provas para condenar os culpados.

http://eu-calipto.blogs.sapo.pt/

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Comentario de quem convive com ...

Costumo, até por curiosidade ler os mais diversos comentarios sobre o processo Carlos Cruz, chamo-lhe assim porque sem Carlos Cruz era muito natural que não houvesse processo nenhum e os famosos "assistentes" teriam sido desancados por qualquer juíz que tivesse um minímo de bom senso, infelizmente não foi isso que se passou.
Com tantas mentiras facilmente detectadas, acho que este processo foi baseado em dois pilares fundamentais.
A inveja de muitos colegas de profissão que tinham por Carlos Cruz a mesma paixão que maomé tinha por toucinho.
A imcompetencia da nossa policia que criou um processo sem fundamento, agarrado por arames, e que mesmo perante as chamadas de atenção insistiram em levar para a frente....

No forum da casa, nas varias paginas de discussão sobre este assunto achei curiosa esta opinião, pelo jeito com mais fundamento que a esmagadora maioria que opina sobre este tipo de assunto e por isso a deixo para todos lerem.
http://forumdacasa.com/discussion/13095/processo-casa-pia-comentarios/?Focus=168751

Sabem o que mais me choca? Procuram razões para ele não ser culpado quando se deveriam procurar as razões para o ser. O Sr. Neon tem toda a razão quando refere um principio basilar do processo penal "in dubio pro reu" que significa que em caso de dúvida se deve absolver o arguido. Ou seja, que a prova testemunhal seja a prova rainha nestes casos não há dúvidas. Mas falando dos "miudos" que falamos, não pdoe ser a única prova e deverá ser muitooo bem analisada. E sabem porque eu, pessoalmente, duvido que tenha sido? Porque já fui várias vezes ao Tribunal de Família e Menores de Lisboa com meninos deste género, presentes ao juíz de menores por crimes que cometeram, que cá fora muitas vezes me confessam as coisas e me dizem como vão "enganar" o juíz. E depois dentro da grande sala, lá os vejo a enganar o juíz como nenhum "miudo" eu diria mais, estes miudos não sentem sequer o "peso" da sala de audiências, nem o "peso" da toga, nem o "medo" de irem presos um dia, nem a "vergonha". NADA! São seres vazios e muito vividos. Eu diria que muitos são como nenhum adulto consegue ser. E por isso, pela minha experiência pessoal (que assisto com calma ao juíz ser levado pelo xico-esperto) que duvido disto. Não se trata de achar que é inocente reparem. Eu não vou dizer que acho isto ou aquilo sem ter eu própria mexido nos papeis, interrogado as testemunhas, sentido tudo ao pormenor. Mas não me limito a "esconder" atrás da sentença e aceitar sem mais, que reflete o que aconteceu na realidade. É um processo perigoso, a prova testemunhal neste caso é terrível e espero que não tenha sido a única. Por outro lado... sabem... se os miudos disserem que o pénis do Sr. Carlos Cruz tinha 15 cm, eles estarão a dizer que tem o tamanho médio e por isso existem 85% de probabilidades de acertar. Percebem o que digo??? A prova pericial vale o que vale e vale consoante o caso concreto...Eu continuo com uma convicção pessoal, de que estes miudos são perigosos e de que não são as vitimas que as pessoas pensam e como as pessoas pensam. Se a opinião pública está tão escandalizada com isto porque não de deslocam ao parque eduardo VII para denunciar quem por lá passa? Simples... é o mediatismo, querem o carlos cruz preso... E não sabem sequer com base em quê é que foi condenado... Eu não digo que é inocente mas jamais direi que alguém é culpado num processo deste género em que esteja em causa a imputação a um arguido de crimes através de, essencialmente provas testemunhais de quem cresceu na mentira.Pequena nota: Eu não tenho absolutamente nada contra estes miudos, tenho mais pena do que qualquer outro sentimento e julgo que são vítimas deste sistema. Tenho pena que quem tinha o dever de olhar por eles não o tivesse feito e que agora lhes dê palmadinhas nas costas. Acho indecente e acho que estamos todos ao contrário!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O que diz o José Leite Pereira...


No JN

DirectorJosé Leite Pereira

Opinião

O caso Casa Pia e a nossa Justiça
2010-08-29

Corria o ano de 2002 quando o país se sobressaltou com a notícia do abuso sexual de crianças entregues à guarda do Estado, na Casa Pia de Lisboa. Num ápice, o caso ganhou dimensão com os nomes envolvidos na escandaleira. Passaram oito anos. Se tudo correr bem, se não houver mais atrasos e adiamentos, a sentença começará a ser proferida na sexta-feira. Depois, para os envolvidos, para os seus advogados, a saga continuará com os recursos e mais anos e anos em cima.
O conjunto de arguidos envolvido no processo começará a conhecer o seu futuro na sexta-feira. Mas a sentença já não salvará a Justiça portuguesa. A forma como decorreu a investigação, os segredos que foram soprados para o exterior e queimaram tanta gente, o tempo que demorou todo este processo mostram uma Justiça anquilosada, não estanque a influências externas, má e lenta a investigar. Já muitas vezes ao longo destes oito anos se disse e escreveu que pior do que deixar culpados sem castigo é culpar inocentes. Contudo, o cenário mais terrível que a Justiça portuguesa deixou que se construísse à volta deste processo é que, qualquer que seja a sentença relativa a cada um dos arguidos, ela causará sempre desconfiança, porque o processo está tão inquinado que a Justiça deixou de ser credível. Deixou de ser credível ao ponto de se pensar que não é imune à influência política e económica, que não é imune aos jogos de poder, pelo contrário, muitos jogos de poder passarão pelo seu seio. E depois deste caso outros aconteceram que puseram a nu mais podres de um edifício que, pelos vistos resistiu ao 25 de Abril, quando se deveria ter democratizado, e resistiu ao próprio tempo, tem resistido à própria modernidade, de tal forma que a Justiça é certamente, hoje em dia, o sector que mais necessita de profundas reformas, que mais aconselharia um amplo consenso nacional para que se pudesse reconstruir todo o edifício jurídico.
Do caso Casa Pia sai mal a Política também, porque muitos políticos não tiveram pejo em utilizar a justiça para o combate político. E sai mal a Imprensa que, por não estar habituada a processos desta dimensão e profundidade, não soube distanciar-se e ajudou não apenas ao combate político, que não lhe compete, como alimentou o voyeurismo em que muitas pessoas foram torrando sem grande hipótese de defesa. Alguns julgamentos que foram feitos na praça pública, por interesses menos bem definidos ou por pura incúria, tiveram vezes demais o incentivo de uma Imprensa mais interessada em comercializar escândalos do que em ajudar a apurar a verdade. Hoje, longe de vivermos no Paraíso, estamos, porém, num estádio em que a alguma Imprensa já recusa cometer os mesmos erros e é mais crítica de si própria.
Por fim, a própria instituição Casa Pia: que bom seria que, oito anos depois, todos pudéssemos confiar que as crianças entregues ao Estado, naquela ou noutras instituições, estão seguras, certamente resguardadas dos sofrimentos que para ali as atiraram e protegidas dos males que outros, abusando da sua inocência e incapacidade de defesa, lhes incutem. Poderemos confiar?

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mais um em que a justiça pediu perdão....

A Justiça francesa fez um mea-culpa do processo de pedofilia de Outreau e pediu desculpa aos acusados, seis dos quais foram ontem absolvidos.Trata-se do maior erro judicial do-pós guerra que pôs a nú o mau funcionamento do sistema. Desde as primeiras audiências dos 17 acusados 13 declararam-se inocentes, tal como François Mourmand que se suicidou na prisão. O padre Dominique Weil, acusado de violação, corrupção de menores e agressão sexual denuncia “quatro anos de sofrimento que nunca deveriam ter acontecido se a justiça tivesse efectuado um trabalho racional”. Desde o início do processo estes acusados foram condenados de 18 meses a sete anos de prisão, tiveram as suas vidas arruinadas. A alguns o Estado já pagou indminizações a todos o primeiro-ministro, Dominique de Villepin dirigiu um pedido de desculpas. “Permitam-me que mostre a minha emoção perante este drama, perante este desperdício de tempo, quero também reconhecer em nome do governo e do Estado o erro cometido, todos os que foram acusados injustamente são hoje reconhecidos como inocentes”. Na origem da acusação de tanta gente esteve um casal detido por violação dos próprios filhos que implicou vizinhos e conhecidos no caso. A incompetência e o laxismo de investigadores, magistrados e psiquiatras fez o resto.
Copyright © 2011 euronews

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Alguem sabe quem era Bryan Davies?


Ninguem sabe quem foi o Bryan Davies ?

Era este senhor que foi acusado de um crime vil, e do qual nunca se conseguiu libertar...
// Postado por Rafael Ximenes
O inglês Bryan Davies, de 63 anos, que sofreu vários meses de abuso e acusações de que teria molestado duas meninas, de 10 e 11 anos, em Blackburn, na Inglaterra, morreu de um ataque cardíaco. Ele foi acusado pelas próprias crianças, mas após investigação da polícia foi constatado que nada houve.
A polícia de Blackburn chegou a distribuir um folheto negando o caso de pedofilia. O folheto dizia: “Atenção moradores. Houve denúncias feitas sobre um residente local prestando atenção inadequada às crianças na área. O resultado de nossa investigação é que as acusações foram consideradas falsas e sem nenhum fundamento”.No entanto, ele e a esposa não tiveram sossego. Um tijolo foi atirado dentro da casa dos dois, pneus do carro eram constantemente furados e ele era chamado de pervertido na rua.
Bryan Davies acabou sofrendo um derrame e foi para o hospital, onde depois teve uma parada cardíaca. Sua mulher disse que medida vai tomar contra as duas crianças e contra os que os insultaram.- Espero que eles estejam orgulhosos, pois fizeram de nossas vidas um inferno. O cortejo fúnebre vai passar pelas casas das duas meninas. Ele era um homem encantador e que jamais teria feito nada para ninguém. Ele era o meu mundo e nós fazíamos tudo juntos – disse a esposa Debbie davies, de 44 anos.

O mais interessante nestes diversos casos é que a justiça ou os seus agentes, em caso de erro pedem desculpas a quem sofreu as agruras da má decisão, no caso Português isso não acontece porque descrebiliza a justiça!
Vejam naquele video do ismael, aquilo que diz um juíz conselheiro aos 32,10 salvo erro, sobre a possibilidade de pedir desculpa por terem errado.
Admitir que erraram nunca, os juizes Portugueses são infaliveis....

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Porque deve a justiça ser bem aplicada??

Eis um dos motivos porque entendo que é melhor ter um criminoso na rua que um inocente na cadeia....

Em Dallas, no estado norte-americano do Texas
EUA: ADN prova inocência de homem preso durante 30 anos
Um texano de 51 anos que passou 30 anos na prisão por crime de roubo agravado deverá ver anulada a sua sentença após testes de ADN terem comprovado a sua inocência.

A audiência onde deverá ser concedido o perdão a Cornelius Dupree Jr. está agendada para terça-feira em Dallas. Caso a sua condenação seja anulada, Dupree terá passado, por engano, mais tempo na prisão que qualquer outro detido que já foi ilibado no Texas após a divulgação das provas de ADN.
O gabinete do procurador distrital disse hoje que apoia a alegação de inocência do detido.
Dupree foi acusado em 1979 de violação e roubo de uma mulher de 26 anos e foi condenado em 1980 a 75 anos de prisão por roubo agravado.
Em Julho foi-lhe concedida liberdade condicional e os resultados dos testes que o ilibavam de violação foram divulgados dez dias depois.

P.S) por mais estranho que pareça era noticia num dos jornais que mais tem feito para condenar um inocente!

domingo, 2 de janeiro de 2011

o que diz richard webster....acerca da caça às bruxas!

Casa Pia: Riscos de ‘caça às bruxas’ em novo livro
O "pânico moral" de uma rede pedófila que não foi provada e condenações decididas por "medo" são os ingredientes da "caça às bruxas" que o escritor Richard Webster associa ao processo Casa Pia num livro a editar em 2011.


Autor de outros livros sobre casos de abuso sexual no Reino Unido, Richard Webster seguiu nos últimos sete anos o processo Casa Pia e não hesita em afirmar que se tratou de uma "caça às bruxas" em que a objectividade de jornalistas foi substituída por "credulidade" e em que os juízes decidiram por "medo".

Respondendo a perguntas da agência Lusa, Richard Webster afirmou que, no caso da Casa Pia, foi dado crédito à existência de uma alegada "rede de pedófilos" a servir-se de alunos da instituição, uma alegação "perigosa" que se constatou em casos verificados na Grã-Bretanha e que "até as autoridades mais zelosas concluíram tratar-se apenas de fantasia".

Para Richard Webster, que reclama para si a "perspectiva distanciada" que não o deixa "confundir a árvore com a floresta", aquilo que se viu "no processo Casa Pia nos últimos sete anos foi mais do que um caso de 'pânico moral', foi uma caça às bruxas moderna".

"Os juízes não estão imunes a caças às bruxas. Aliás, historicamente, sempre estiveram entre os seus principais agentes", reforçou, afirmando que perceber como acontecem estas "caças às bruxas" é o principal propósito do livro ‘Casa Pia: A construção de uma caça às bruxas moderna’.

O autor, que não nega que "os abusos sexuais ocorrem em instituições que recolhem crianças", apontou a "prontidão com que as pessoas acreditam na existência de conspirações maléficas mesmo quando não há qualquer prova que as sustente".


"Se abandonarmos a presunção de inocência e decidirmos que, por um crime ser tão odioso, vamos condenar pessoas baseados em convicções ou crenças em vez de provas, estamos a enfraquecer todo o sistema judicial", afirmou.

Richard Webster defende que o principal arguido, Carlos Silvino, devia ter sido julgado separadamente dos outros arguidos porque a prova contra les ficou "tão obviamente contaminada" que "nem deviam ter sido obrigados a ser julgados".

Quanto aos juízes que decidiram em Setembro passado condenar seis dos sete arguidos, considerou que estiveram numa "posição extraordinariamente difícil" porque tiveram que optar entre "fazer justiça e arriscar-se a provocar um motim ou usar um volume de provas perigosas e arriscar-se a condenar pessoas inocentes".

“Neste caso parece-me que sucumbiram ao medo" de tomar a "decisão extremamente impopular" que seria qualquer absolvição.

Richard Webster defendeu que "a menos que se consiga provar um crime, não se deve condenar pessoas", assumindo que se trata de "uma solução imperfeita para um problema difícil" mas que é aceite como "o preço da justiça": crimes "que não se conseguem provar não são punidos".

"Se mudarmos esse preceito serão pessoas inocentes a sofrer, não só celebridades como [o apresentador de televisão] Carlos Cruz, mas pessoas normais que são tão ou mais vulneráveis a falsas acusações".

Quanto aos jornalistas, Webster indica que tiveram "um enorme papel" na condução do processo, tanto ao "exporem um escândalo real" como ao agirem de uma forma "crédula" em relação a "alegações sobre redes pedófilas das quais existem poucas ou nenhumas provas credíveis".

P:S) Por mais incrivél que pareça este artigo vem no correio da manhã!