domingo, 2 de janeiro de 2011

o que diz richard webster....acerca da caça às bruxas!

Casa Pia: Riscos de ‘caça às bruxas’ em novo livro
O "pânico moral" de uma rede pedófila que não foi provada e condenações decididas por "medo" são os ingredientes da "caça às bruxas" que o escritor Richard Webster associa ao processo Casa Pia num livro a editar em 2011.


Autor de outros livros sobre casos de abuso sexual no Reino Unido, Richard Webster seguiu nos últimos sete anos o processo Casa Pia e não hesita em afirmar que se tratou de uma "caça às bruxas" em que a objectividade de jornalistas foi substituída por "credulidade" e em que os juízes decidiram por "medo".

Respondendo a perguntas da agência Lusa, Richard Webster afirmou que, no caso da Casa Pia, foi dado crédito à existência de uma alegada "rede de pedófilos" a servir-se de alunos da instituição, uma alegação "perigosa" que se constatou em casos verificados na Grã-Bretanha e que "até as autoridades mais zelosas concluíram tratar-se apenas de fantasia".

Para Richard Webster, que reclama para si a "perspectiva distanciada" que não o deixa "confundir a árvore com a floresta", aquilo que se viu "no processo Casa Pia nos últimos sete anos foi mais do que um caso de 'pânico moral', foi uma caça às bruxas moderna".

"Os juízes não estão imunes a caças às bruxas. Aliás, historicamente, sempre estiveram entre os seus principais agentes", reforçou, afirmando que perceber como acontecem estas "caças às bruxas" é o principal propósito do livro ‘Casa Pia: A construção de uma caça às bruxas moderna’.

O autor, que não nega que "os abusos sexuais ocorrem em instituições que recolhem crianças", apontou a "prontidão com que as pessoas acreditam na existência de conspirações maléficas mesmo quando não há qualquer prova que as sustente".


"Se abandonarmos a presunção de inocência e decidirmos que, por um crime ser tão odioso, vamos condenar pessoas baseados em convicções ou crenças em vez de provas, estamos a enfraquecer todo o sistema judicial", afirmou.

Richard Webster defende que o principal arguido, Carlos Silvino, devia ter sido julgado separadamente dos outros arguidos porque a prova contra les ficou "tão obviamente contaminada" que "nem deviam ter sido obrigados a ser julgados".

Quanto aos juízes que decidiram em Setembro passado condenar seis dos sete arguidos, considerou que estiveram numa "posição extraordinariamente difícil" porque tiveram que optar entre "fazer justiça e arriscar-se a provocar um motim ou usar um volume de provas perigosas e arriscar-se a condenar pessoas inocentes".

“Neste caso parece-me que sucumbiram ao medo" de tomar a "decisão extremamente impopular" que seria qualquer absolvição.

Richard Webster defendeu que "a menos que se consiga provar um crime, não se deve condenar pessoas", assumindo que se trata de "uma solução imperfeita para um problema difícil" mas que é aceite como "o preço da justiça": crimes "que não se conseguem provar não são punidos".

"Se mudarmos esse preceito serão pessoas inocentes a sofrer, não só celebridades como [o apresentador de televisão] Carlos Cruz, mas pessoas normais que são tão ou mais vulneráveis a falsas acusações".

Quanto aos jornalistas, Webster indica que tiveram "um enorme papel" na condução do processo, tanto ao "exporem um escândalo real" como ao agirem de uma forma "crédula" em relação a "alegações sobre redes pedófilas das quais existem poucas ou nenhumas provas credíveis".

P:S) Por mais incrivél que pareça este artigo vem no correio da manhã!

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