sexta-feira, 19 de novembro de 2010

o legalices e o correio da manhã

Diz o ricardo sardo com toda a razão....

A sarjeta de Dâmaso
Nunca comprei o Correio da Manhã e nunca o comprarei. Dou, habitualmente, uma espreitadela no café (é o único jornal lá disponível) mas mais para ler algumas opiniões. Nunca o comprei e nunca o comprarei, poi não considero a actividade praticada pelos "funcionários" do CM como "jornalismo". Aquilo tem tanto de jornalismo quanto a minha profissão de engenharia...
Isto vem a propósito de um artigo (alguns poderão chamar-lhe de "notícia"...) publicado no sábado, sobre certas conversas privadas de uma eurodeputada socialista. Como aqui explicado por um jornalista (este sim, é jornalista na verdadeira acepção da palavra), o artigo é um acto de pulhice e, pior, é demonstrativo da cultura praticada naquela casa, que há muito se dedicou (e se especializou) em julgamentos sumários nas páginas do jornal (geralmente, sem direito a contraditório ou defesa) e ao "jornalismo paparazzi", que vasculha a intimidade a privacidade das figuras públicas, sobretudo políticos. Contrata para as suas fileiras pessoas como Paulo Pinto Mascarenhas, que tem a ética e a moral que todos conhecemos e que mostrou com o artigo, publicado no jornal i (onde então trabalhava), sobre o autor do blogue O Jumento. Enquanto o jornalismo visa informar e transmitir informação aos leitores, aos cidadãos (daí o seu interesse e o seu valor enquanto actividade pública), o CM visa denegrir a imagem de pessoas, violando os seus mais básicos direitos enquanto cidadãos.
Nem vou entrar na questão das conversas publicadas, pois sobre escutas já disse tudo o que tinha a dizer, nomeadamente aqui. A divulgação destas conversas é ilegal e não existe "interesse público" que valha a Dâmaso & Ca. Tivéssemos um Ministério Público atento, corajoso, menos preocupado em fazer guerra ao governo e o jornal já tinha sido processado por violação ao segredo de justiça e já tinha sido aberta uma investigação séria sobre a fonte da violação, de modo a descobrir quem, de dentro da Justiça e do grupo - extremamente restricto - de pessoas com acesso às conversas, se chibou para o CM. Porque toda a gente sabe que o jornal tem imensos contactos nas polícias e nas magistraturas, sobretudo a do MP, mas ninguém tem a coragem de o denunciar. E é também por causa disto que este país está como está e não sai da cepa torta.

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