quarta-feira, 15 de setembro de 2010

aínda na pagina 1051...


Ouvida a testemunha Henrique de Sousa Machado, engenheiro, pela mesma foi dito que mora na Avª das Forças Armadas, nº 111, há cerca de 13 anos. Primeiro no R/C esq., até 1998, depois no 5º andar. Nunca lá viu o Carlos Cruz, nem ninguém lhe disse tê-lo lá visto. Sabe que no 2º andar morava uma enfermeira, mas nunca falou com ela. Já faleceu.
As únicas crianças que lá via eram os filhos dos proprietários, sendo que nunca ninguém lhe referiu ter lá visto outros miúdos que não aqueles.
Raramente passa pelas escadas do prédio, usando geralmente o elevador. O prédio era maioritariamente ocupado por empresas. Crê que o vizinho do 2º andar direito trabalha na RTP. Alterou a porta quando foi para lá. Não sabe se tornou a alterar a porta após o escândalo. Veio testemunhar porque recebeu uma carta da mulher do arguido Carlos Cruz pedindo-o para o fazer. Não a conhece nem sabe como ela obteve o seu nome.

na pagina 1052...

Por seu turno Rosa Maria Castro Lima, lava as escadas do prédio das Forças Armadas há cerca de 10 anos. Vai praticamente ao prédio todos os dias. Está lá entre 2 a 3 hs diárias. Nunca lá viu nenhum dos arguidos.
Nunca viu ninguém a entrar no 2º esq. Só lá viu uma senhora que chegou a pedir-lhe ajuda para ser levada ao hospital, isto antes da “bomba rebentar” (a bomba é para a testemunha a pedofilia na casa da Sra Odete). Foi a 1ª vez que entrou na casa da senhora. O chão era de madeira, tal como o era quando ficou encarregada de dar comida aos passarinhos da Dª Odete quando esta ficou internada em Sta Maria.

Tudo que estas pessoas viram não vale nada, acham isto normal?
depois na pagina 1055 mais uma perola!

E, no caso concreto o Tribunal teve, por um lado, o depoimento do assistente e do arguido Carlos Silvino da Silva, com a avaliação acima feita, nos quais acreditou, face a uma negação do arguido Carlos Pereira Cruz.
Embora, invocando também as contradições das declarações quanto às portas, e circunstâncias de tempo, momento do dia e dia da semana/fim de semana em que descrevem ter ido ( nesta parte divergência entre o arguido Carlos Silvino e o assistente).
Ou seja entraram em contradição sobre tudo que era importante!

mas antes LM tinha dito, pagina 1036

Em momento posterior prestou esclarecimento quanto ao modo como entraram no prédio subiram pelas escadas, existiam mais duas portas, o arguido Carlos Silvino da Silva tocou à porta e apareceu o arguido Carlos Pereira Cruz.
Limitou-se a seguir o JL , não lhe disseram nada. Entraram os quatro, Carlos Silvino da Silva e FG ficaram a falar com o arguido Carlos Pereira Cruz e ele e o JL foram para um quarto, “…foi atrás do JL , não fazia a mínima ideia do que ia fazer…”.

Em audiência de julgamento (AJ 30/01/06) prestou esclarecimentos quanto a um desenho da casa que tinha feito ( cfr. fls. 1.115), dizendo que o ponto de interrogação no desenho fls. 1115, fê-lo porque “… só vi de relance, não vou afirmar uma coisa que não tenho a certeza…” e quanto às divisões que assinalou no lado direito do croqui“…as portas estavam entreabertas e vi só uns azulejos e supus que fosse uma casa de banho e a outra a cozinha, já que todas as casas têm uma casa de banho e uma cozinha…as casa têm uma casa de banho e uma cozinha…as portas estavam umas fechadas e outras entreabertas…” (no entanto tinha respondido ao Tribunal - aquando dos
esclarecimentos que prestou quanto ao desenho que fez em audiência de julgamento -, que havia divisões que não tinha identificado porque as portas estavam fechadas, daí ter só feito divisórias; e quando é confrontada dá a resposta que assinalámos, que quando fez o desenho na PJ “… eu recordo-me ter visto algumas portas abertas, abertas tipo encostadas, entreabertas. …”).
Quanto ao mobiliário da casa disse que no quarto “ recordo-me da cama e de um guarda-fatos”, na sala “ recordo-me só de sofás”, não se lembra de ter visto janelas.
Tiveram lá tanto como eu.....mas como podem estes "artistas" enganarem juizes bem preparados? ou será que não estão tão bem preparados assim?

2 comentários:

  1. Claro que estão bem preparados! Eles são a elite da nossa sociedade. É essa a ideia que é incutida aos formandos logo no 1º ano em que iniciam os cursos de magistratura no CEJ. E aqui estão os resultados da excelente preparação:

    "O relatório do Conselho Superior da Magistratura hoje entregue ao presidente do Parlamento indica que, no ano passado, 61 juízes obtiveram classificação de "Muito Bom", 86 de "Bom com Distinção", 85 de "Bom", oito de "Suficiente", não havendo nenhum com a classificação de "Medíocre"." http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1522262

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    E para além de bem preparados, os magistrados portugueses são autênticos prodígios, porque são a única classe no mundo que é total e absolutamente incorruptível! Ora vejam:

    1 - "(...) não me consta que haja casos de corrupção na magistratura." - Baptista Coelho, antigo presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses. http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?did=98339&fid=92

    2 - "Parece-nos que o problema da corrupção no nosso país, na sua essência e na sua globalidade, não se coloca, em geral e primariamente, em relação aos juízes." - António Martins, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses. http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=92&did=98433

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    Para além de bem preparados e de incorruptíveis, creio até que os magistrados portugueses nunca se enganam e raramente têm dúvidas!

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    Notas:

    1 - "O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, considera que o relatório de avaliação dos juízes hoje conhecido reflecte "o corporativismo puro" da classe, que encobre os maus profissionais e gera injustiças para os que são realmente bons. Quando os juízes são avaliados por camaradas há corporativismo. Um juiz que vem avaliar outro sem ninguém saber, sem ninguém o confrontar, diz o que quer." http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1522262

    2 - "Não há classes incorruptíveis" - Saldanha Sanches

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