segunda-feira, 27 de setembro de 2010

mas havia mais....

No mesmo artigo da revista Focus vinha mais informação adicional, que, por aquilo que tenho lido e visto, em especial as visitas aos locais dos "crimes", me parece um trabalho mais bem estruturado e credivél que aquilo que tenho lido no Correio da Manha, daí eu vos passar mais um bocadinho do artigo, neste caso mais umas personagens que com tantas aldrabices acabaram por não se tornarem crediveis para os próprios juizes, o que, neste processo, se pode considerar estranho...

OS MENTIROSOS
Mário Pompeu, também de 26 anos, acusou vários arguidos, embora nenhum dos crimes cometidos sobre si tenha sido dado como provado. Este indivíduo esteve envolvido no processo de Oeiras juntamente com João Paulo. Também nunca falou às autoridades que o interrogaram nessa altura da alegada rede de pedofilia que operava na Casa Pia de Lisboa. Disse que foi abusado por vários indivíduos que foram julgados e condenados no âmbito daquele processo, que surgiu anos antes do actual. No entanto, revelou às autoridades, quando foi ouvido no âmbito do processo Casa Pia, que foi abusado pela primeira vez por um dos actuais arguidos. A mãe deste jovem declarou publicamente que, ao contrário do que o filho dizia, nunca tinha ido a casa do ex-apresentador Carlos Cruz. Quando tentou confrontar o filho e a provedora da Casa Pia, Catalina Pestana, foi impedida de o fazer por seguranças da instituição e por polícias entretanto chamados pela provedora ao edifício nº 5 da Rua dos Jerónimos. Em declarações ao tribunal, a mãe do jovem diz que perguntou ao filho porque motivo estava a mentir e que a resposta a deixou chocada: "Pelo dinheiro, mãe." O tribunal não deu qualquer relevância a este depoimento na sentença que proferiu.
Pedro Miguel, de 24 anos, outra das alegadas vítimas, acusou Carlos Silvino e Manuel Abrantes, mas o ex-provedor não foi acusado deste crime, embora o tribunal tenha considerado que ele ocorreu. Está igualmente catalogado como mentiroso e problemático nos relatórios sociais da Casa Pia e é conhecido na instituição pelo consumo de substâncias tóxicas (haxixe) e álcool, o mesmo sucedendo com Luís Filipe, que completa 24 anos este mês e acusa Carlos Cruz e Ferreira Diniz.
Pedro Miguel foi detido pela PSP na estação de Belém, onde se encontrava a provocar distúrbios "completamente embriagado". Disse às autoridades que se queria suicidar. Mais tarde, ouvido por uma educadora, não falou no desejo de morrer e apenas disse que tinha ido a uma festa de anos de um amigo. Já Luís Filipe, também suspeito de consumo de estupefacientes, tem tido um percurso marcado pelas desavenças com a mãe e irmã, que o acusam de mentir, arranjar conflitos e não querer trabalhar. O último emprego que se lhe conhece foi há cerca de quatro anos, no Hospital Amadora/Sintra, de onde foi despedido por faltas. Pouco depois recebeu a indemnização de 50 mil euros atribuída pelo ministro Bagão Félix a algumas das vítimas e desvinculou-se da Casa Pia, o mesmo sucedendo com Pedro Miguel.
Ilídio Augusto, completa 24 anos em Novembro, acusa vários arguidos, mas o tribunal apenas deu como provado que foi abusado por Carlos Silvino e Hugo Marçal. É descrito nas avaliações internas da Casa Pia como conflituoso, manipulador e mentiroso. Na primeira vez que foi ouvido pelas autoridades disse que nem por Carlos Silvino tinha sido abusado. Com o andamento do processo acabou por acusar todos os arguidos e outras pessoas que não foram formalmente acusadas.
Ricardo Manuel é responsável pela condenação de Manuel Abrantes e Jorge Ritto, uma vez que o tribunal considerou credíveis os seus depoimentos, embora não desse como provados os alegados abusos de que terá sido vítima. Aparece referenciado nos relatórios internos da Casa Pia como perito em invenções, consumidor de estupefacientes e agressor de colegas. Finalmente, surge ainda no lote principal de testemunhas/vítimas Ricardo Rocha, de 23 anos, responsável pela condenação do embaixador Jorge Ritto. Está referenciado pela Casa Pia como um jovem problemático e bastante influenciável. Nas localizações que deu das casas onde terá sido abusado pelo embaixador nenhuma correspondia. Em tribunal o embaixador garantiu que nunca conheceu o rapaz, mas admitiu ter tido relações com um dos irmãos mais velhos de Ricardo. Ouvido em tribunal, o irmão não confirmou que alguma vez tivesse visto Ricardo com o embaixador ou com qualquer outro dos arguidos do processo.
São estas as vítimas/testemunhas que, em conjunto com Carlos Silvino, estão na origem das condenações de Carlos Cruz, Ferreira Diniz, Hugo Marçal, Jorge Ritto e Manuel Abrantes, já que Carlos Silvino confessou que abusou de todos eles, com excepção de Ricardo Manuel. A estratégia nos recursos dos arguidos, segundo a Focus apurou junto dos respectivos advogados, passará por demonstrar que estas vítimas não merecem a credibilidade que o colectivo presidido pela juíza Ana Peres lhes deu.

Carlos Tomás

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